Pesquisa
recente nos mostra uma multidão de jovens atingidos pela desigualdade e submetidos
a condições desfavoráveis de vida e de desenvolvimento de suas potencialidades.
Os jovens brasileiros são cerca de 50 milhões, e mais de 84% vivem no meio
urbano; entre estes, os que se encontram na periferia convivem com rotinas de
altas taxas de desemprego, violência, crescente segregação espacial, qualidade
de vida deteriorada; metade deles vive em moradias inadequadas; dois milhões
dos que têm entre 15 e 29 anos vivem em favelas. Quase 15% de nossos jovens
ainda permanecem fora da escola; é grande a desproporção entre idade e série,
pois nem a metade dos alunos entre 14 e 17 anos está no ensino médio, etapa
crucial da educação. Pior, essa frequência contínua sem melhora significativa,
comprometendo o futuro de milhões de brasileiros.
Há
também em nosso país o problema da histórica desigualdade do acesso ao ensino
superior. Dessa forma, a desigualdade avança para o âmbito dos postos de
trabalho, do rendimento e das condições de vida. A situação de desigualdade de
condições na formação e preparação para o mercado de trabalho se configura em
violência, visto que a toda essa multidão restará apenas o trabalho informal e
pequenos “bicos” para se manter.
Enquanto
prevalecer esse quadro, certamente continuaremos a conviver com os demais tipos
de violência que se alastram pelo nosso cotidiano. Aqui acenamos com alguns
indicadores da desigualdade, que é ainda mais ampla, sobretudo quando
analisamos a questão racial e de gênero. Milhões de nossos jovens sofrem
duramente com o processo de desigualdade e exclusão.
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