Quando dezenas de países se recusaram a assinar
um novo tratado global de governança da internet no fim de 2012, uma ampla gama
de ativistas comemorou. Eles viam o tratado, redigido sob os auspícios da União
de Telecomunicações Internacional (UTI), como um instrumento que concedia a
governos poderes perniciosos para se intrometer e censurar a internet. Por
meses, grupos com nomes como Access Now (Acesso Já) e Fight For the Future
(Lute pelo Futuro) fizeram campanha contra o tratado. As suas ações por vezes eram
exageradas. Mas também são parte da razão pela qual o tratado foi rejeitado por
muitos países, EUA inclusive, e portanto inutilizado.
O sucesso na conferência da UTI em Dubai coroou um grande ano
para os ativistas online. Em janeiro, eles ajudaram a derrotar a legislação
antipirataria que atendia aos interesses de Hollywood, mais conhecida pelo
acrônimo SOPA, no Congresso americano. Um mês depois, na Europa, eles se
concentraram sobre o ACTA, um tratado internacional obscuro que, ao tentar
proteger os direitos de propriedade intelectual, dava pouca atenção à liberdade
de expressão e à privacidade. No Brasil, eles se aproximaram mais do que muitos
acreditavam de uma revolucionária constituição da rede mundial, o Marco Civil
da Internet. No Paquistão eles ajudaram a adiar, talvez permanentemente, os
planos de uma firewall nacional, e nas Filipinas eles fizeram campanha contra
uma lei de crimes virtuais que o supremo tribunal veio a suspender.
É
possível que o mundo de fato esteja testemunhando a aparição de uma consciência
da internet moderna e da criação de um movimento criado em torno do potencial
gerado que novas tecnologias da informação têm de fomentar a inovação e a
liberdade de expressão?
A internet não é nada mais que um exercício de interconexão. Sua
política, portanto, parece estimular uma convergência semelhante, e conexões
entre grupos de interesse distintos que forma o movimento da rede estão de fato
ficando mais fortes. Não é evidente que o tipo de pessoa que pensa no mundo em
termos de sistemas operacionais se revelarão as melhores em usar esse novo
potencial, ou terão os meios para proteger a liberdade e a abertura de toda a infraestrutura
com a qual se importam. Mas muitos deles estão fazendo tentativas cada vez mais
sérias.
Fonte - opiniaoenotcicia
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