quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Computadores imitarão os sentidos


A tecnologia do futuro usará ainda mais os sentidos humanos, através do desenvolvimento de funções que imitam a capacidade de ver, cheirar, tocar, saborear e ouvir, aposta a IBM em seu estudo anual, divulgado esta semana.
O sétimo relatório anual IBM cinco em cinco, uma lista de inovações com potencial de ter impacto nos próximos cinco anos, afirma que os computadores e outros dispositivos tecnológicos terão uma capacidade maior de simular os sentidos humanos.
Segundo a IBM, os computadores poderão usar algoritmos para determinar a estrutura química precisa dos alimentos e por que determinadas pessoas preferem determinados sabores.
 “Isso não apenas fará com que os alimentos saudáveis se tornem mais saborosos, mas também nos surpreenderá com uma combinação incomum de alimentos, feita para maximizar a experiência do gosto e sabor", explica a gigante da informática.
"No caso de pessoas que seguem dietas especiais, como os diabéticos, criar-se-iam sabores e receitas para manter o nível de açúcar no sangue regulado e, ao mesmo tempo, atender ao prazer de se comer algo doce", continua a empresa.
A IBM prevê que, nos próximos cinco anos, pequenos sensores ligados a computadores ou telefones celulares detectarão se alguém está para adoecer, mediante a análise dos cheiros, biomarcadores e milhares de moléculas do usuário.
Estas ferramentas também ajudarão os médicos a diagnosticar e acompanhar o surgimento de problemas no fígado e nos rins, bem como asma, diabetes e epilepsia, segundo o relatório.
No que se refere ao tato, a IBM explica que novas tecnologias táteis, de infravermelho e sensíveis à pressão permitirão às pessoas experimentar, pelo toque, diferentes texturas por meio de um telefone celular.
"Usando a capacidade de vibração de um telefone, cada objeto terá uma série única de padrões de vibração, que representa a experiência do toque", assinala o estudo.
Segundo a empresa, os computadores também estão aperfeiçoando sua capacidade de detectar e analisar sons.
"Em cinco anos, um sistema distribuído de sensores inteligentes irá detectar elementos do som, como a pressão, as vibrações e as ondas sonoras de diferentes frequências", explica o texto.
"Ele interpretará estes dados, para prever quando árvores cairão em uma floresta, ou quando um deslizamento de terra é iminente", acrescenta.
Os sons produzidos pelos bebês serão entendidos como uma linguagem, ajudando os pais e médicos a entender o que os pequenos tentam dizer.
O relatório da IBM aponta que outra área-chave para a inovação na computação será a capacidade de analisar dados visuais, ou seja, a capacidade de "ver".
"Os computadores atuais somente entendem as fotos e imagens pela legenda ou título que lhes damos. A maioria das informações - o conteúdo real da imagem - permanece um mistério", assinala a IBM.
Nos próximos cinco anos, os sistemas de computação não apenas serão capazes de ver e reconhecer o conteúdo de imagens e informações visuais, mas também converterão os pixels em significado, começando a dar a eles sentido, de forma semelhante a que o olho humano vê e interpreta uma fotografia.
Estes mecanismos poderão ajudar a analisar imagens de raios X ou scanners corporais, mas também terão impacto em atividades que vão desde as de pequenos comerciantes até a agricultura.
"Cientistas da IBM de todo o mundo colaboram em avanços que ajudarão os computadores a entender o mundo que os cerca", afirma Bernie Meyerson, vice-presidente de Inovação da IBM.
"Da mesma forma como o cérebro humano interage com o mundo usando múltiplos sentidos, através da combinação destas descobertas de forma conjunta, os sistemas cognitivos trarão maior valor e percepção, ajudando-nos a vencer alguns dos desafios mais complexos", conclui o estudo.

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