terça-feira, 24 de julho de 2012

Cientistas criam ‘ser’ sintéticos para estudar o coração


Bioengenheiros criaram uma água-viva artificial a partir das células de um coração de rato. A criatura, que parece uma flor de oito pétalas se move exatamente como um ser vivo quando colocada num campo elétrico – embora, é claro, seja importante lembrar que ela não tenha vida.
Segundo os cientistas, trata-se de uma criatura híbrida: água-viva do ponto de vista morfológico, rato do ponto de vista genético.
Mas para que serve o experimento? O líder da pesquisa, Kit Parker, acredita que será possível estudar algumas leis fundamentais das bombas musculares. Ou seja, a água-viva com coração de rato é um ensaio na busca por modelos artificiais do coração humano. Trata-se de uma boa notícia para pessoas que sofrem de problemas cardíacos, mas também para ratos, macacos, e outros animais obrigados a servir como cobaias em laboratórios.
Parker acredita que sua equipe está levando a biologia sintética a um novo nível. “Normalmente, quando se falava de formas sintéticas de vida, o processo consistia em colocar novos genes dentro de uma célula viva. Mas aqui nós construímos um animal. Não se trata apenas de genes, mas também de morfologia e função”.
A equipe agora planeja construir uma medusóide usando células cardíacas humanas. Os pesquisadores entraram com pedido de patente para usar seu design, ou algo similar, como uma plataforma para testar remédios. “Você tem uma nova droga para o coração?”, diz Parker. “Deixe-me colocá-lo em minha água-viva, e eu lhe direi se ela pode melhorar o bombeamento.”
A equipe também espera recriar sua engenharia em outras formas de vida marinha. “Nós temos um tanque inteiro de coisas lá dentro, e um polvo pronto.”

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