Um dos avanços tecnológicos mais importantes da última década no Brasil é a criação do Laboratório Multiusuário de Nanociência e Nanotecnologia, o Labnano, primeiro do Brasil idealizado para atender a demandas em nanotecnologia de centros de pesquisa públicos e privados, além de empresas. Inaugurado em novembro do ano passado, com um investimento de R$ 7 milhões, o laboratório, localizado dentro da sede do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no Rio, já começou a ser utilizado por universidades, pesquisadores e empresas.
Possui equipamentos de última geração para estudos de amostras em escala nanométrica, tão pequena quanto a de um bilionésimo de metro. A expectativa dos pesquisadores é de que o laboratório ajude a impulsionar as pesquisas na área de materiais nanoestruturados, com ênfase na produção de estruturas, tais como sensores usados em imageamento térmico e diagnósticos médicos. "O projeto do Labnano é lançar um modelo inovador e participativo, que agregue a comunidade envolvida com nanociência e nanotecnologia em torno da gestão, operação e utilização do Laboratório. É um laboratório aberto a toda a comunidade científica", afirma André Pinto, tecnologista do Labnano.
O Labnano está equipado com microscópio eletrônico de varredura (MEV), sistema de nanolitografia por feixe de elétrons (Nanolito) e microscópio eletrônico de transmissão (MET). A perspectiva é que possa apoiar os projetos desenvolvidos por grupos de pesquisa das instituições parceiras do empreendimento, como o próprio CBPF, as Universidades Federal e Estadual do Rio de Janeiro e a PUC-Rio, entre outras.
Integrado ao Labnano, um sistema de deposição de filmes finos -espécie de lâminas com espessuras em escala nanométrica - vai funcionar também em regime multiusuário e de maneira complementar aos demais sistemas do Laboratório. A deposição de filmes finos simples ou em multicamadas pode servir ao estudo das propriedades ópticas, magnéticas ou elétricas desses materiais.
O funcionamento do laboratório é gerenciado por um Comitê Técnico-Científico, formado pelos especialistas das instituições que participam do projeto. Além disso, um Comitê Assessor Externo irá avaliar o mérito das propostas para utilização do Labnano. Segundo André, a divisão de uso do Labnano foi definida em 60%para projetos da comunidade científica, 20% para projetos do CBPF, 10% para prestação de serviços pelo CBPF e 10% para manutenção dos equipamentos e capacitação técnica.
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