No início deste mês o professor Luciano Vieira Lima, do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Uberlândia, ganhou o noticiário nacional por ter inventado uma capa de liga de aço e material magnético que diminui significativamente a radiação emitida pelo celular. Segundo ele, a radiação que chega ao usuário do celular – e da capa – é apenas 0,001% da emitida originalmente pelo aparelho.
O professor fez as contas e garante: com essa pequena quantidade de radiação, demoraria cerca de 400 anos para oferecer riscos significativos à saúde. Em entrevista, ele disse que cada capa poderia ser vendida por cerca de R$ 30 a unidade, e deixa no ar: “Quem sabe num futuro próximo os celulares já saiam de fábrica com essa proteção?”.
Taxa de absorção específica
O que se constata é que já começam a surgir as listas dos modelos de celulares mais radioativos, bem como a dos menos prejudiciais à saúde. Isto prenuncia um cenário pouco imaginado até algumas semanas atrás: o consumidor vai até uma loja escolher um smartphone mais moderno para substituir o seu já velho, arranhado, com quantidade de megapixels da câmera defasada e, digamos, radioativo demais. Na hora de escolher o produto, ele leva em consideração a autonomia da bateria, o conforto do teclado, o tamanho da tela e… a Taxa de Absorção Específica.
Taxa de Absorção Específica? Sim, a SAR, na sigla em inglês, que é a medida para a quantidade de radiação absorvida pelo corpo humano quando se está falando ao celular. Dependendo das confirmações ou dos desmentidos que por certo virão na sequência do comunicado da OMS, talvez as informações sobre a SAR fiquem para o mercado de celulares e smartphones como as informações sobre gordura trans está para o mercado de alimentos industrializados.
A Motorola já largou atrás nesta nova realidade. Na lista dos dez smartphones mais radioativos elaborada pelo site de tecnologia CNET aparecem seis aparelhos da gigante norte-americana da telefonia.
Dez mil minutos ao celular?
A relação entre o uso de celulares e smartphones e o desenvolvimento de tumores cerebrais sempre foi controversa, mas agora, da noite para o dia, esta relação saiu do campo da suspeita para o terreno da realidade. Isso abriu caminho para os que já vinham falando sobre isso sem serem ouvidos ganharem espaço nos meios de comunicação, como foi com o professor Luciano Vieira Lima.
Assim, já proliferam os alertas de que a radiação emitida pelos celulares afeta mais as crianças do que os adultos, e chovem recomendações para o uso de fone de ouvido e do viva-voz em vez de deixar o aparelho colado no ouvido. Carregar o celular no bolso? Cuidado! Dormir com o celular embaixo do travesseiro? Nem pensar!
Os mais cautelosos, entretanto, recomendam mesmo é moderação no uso de celulares, limitando a quantidade de ligações e o tempo gasto em cada uma delas. Mas como ficam as promoções de 10 mil minutos extras “para falar com o seu amor”?
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