Uma tecnologia desenvolvida pelo Departamento de Energia do Oak Ridge National Laboratory (ORNL) promete transformar o calor criado pelo uso contínuo de dispositivos em uma fonte de energia limpa. Além de gerar eletricidade, a invenção resfria aparelhos eletrônicos, células fotovoltaicas, computadores e máquinas que geram grande quantidade de calor durante a produção de energia.
Scott Hunter, líder do time de desenvolvimento, afirma que a novidade tem um potencial enorme na redução dos gastos mundiais de energia. Segundo ele, nos Estados Unidos, cerca de 50% da energia produzida anualmente é desperdiçada na forma de calor. A invenção não só deve representar uma grande economia para a indústria, como deve tornar o processo de produção mais eficiente, reduzindo a emissão de gases poluentes.
A previsão de Hunter é que a tecnologia seja usada em um primeiro momento em chips de alto desempenho, com capacidade na casa dos petaflops. Tais dispositivos são responsáveis pela geração de uma grande quantidade de calor, que deve ser eliminado para não danificar a estrutura física dos aparelhos.
A eletricidade gerada durante o processo de resfriamento pode ser usada para uma série de utilidades, como um alarme que toca quando servidores atingiram uma temperatura muito alta, por exemplo.Economia de energia
A tecnologia desenvolvida pela equipe de Hunter é constituída por estruturas na forma de vigas que possuem área aproximada de um milímetro quadrado cada. Cerca de 1000 destes conversores são acoplados à superfície de aparelhos como um chip de computador, usando o calor resultante do uso do dispositivo como forma de produzir energia.
Atualmente, cada dispositivo é capaz de gerar até 10 miliwatts, quantidade insuficiente para ser usada de forma relevante. Porém, ao usar uma combinação de vários conversores, é possível concentrar quantidade suficiente de energia para auxiliar sistemas de resfriamento, assegurando assim um maior desempenho para a máquina.
Processo mais eficiente que o tradicional
O processo de converter calor em eletricidade não é exatamente uma novidade. Porém, a baixa eficiência do processo – entre 1 a 5% - fez com que a indústria não se interessasse pela tecnologia. A invenção do time da ORNL se diferencia por conseguir converter entre 10 a 30% do calor produzido em eletricidade, dependendo da intensidade do processo.
Devido à alta eficiência da tecnologia desenvolvida e ao baixo custo de produção, a expectativa é que a invenção desperte o interesse de fabricantes e comece a ser utilizada em larga escala em um futuro próximo. Porém, o time responsável não anunciou se alguma companhia já demonstrou interesse na novidade ou se já foram firmados acordos para produzir a novidade em escala comercial.
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