sábado, 9 de abril de 2011

Perda recorde de ozônio no Ártico


Enquanto o mundo ainda acompanha os efeitos da tragédia natural no Japão, uma nova ameaça ambiental se configura, muito mais rápido do que especialistas estimavam. A Organização Metrológica Mundial (WMO, na sigla em inglês) informou nesta semana que a camada de ozônio na região do Ártico registrou deterioração recorde neste ano, fenômeno causado, em parte, por fatores naturais, mas preocupante.
Do início do inverno na região até o fim de março, a perda de ozônio na área foi de 40%. A maior perda, até então registrada, era de 30% durante o inverno inteiro. De acordo com a organização, o fato se deve à contínua presença de substâncias danosas à camada, emitidas pela atividade humana. Outro fator é o inverno muito frio na estratosfera, segunda principal camada da atmosfera da Terra.
"A estratosfera do Ártico continua vulnerável à destruição do ozônio causada por substâncias ligadas às atividades humanas", disse o secretário-geral da WMO, Michel Jarraud. "O grau de perda de ozônio em qualquer inverno depende das condições meteorológicas. A perda de ozônio 2011 mostra que temos de permanecer vigilantes e manter um olhar atento sobre a situação no Ártico nos próximos anos”, avaliou.
Na Antártida, o buraco do ozônio se deve também a um fenômeno entre as estações inverno e primavera, que ocorre devido à existência de temperaturas extremamente baixas na estratosfera. No Ártico, as condições meteorológicas variam muito mais de um ano para o outro, e as temperaturas são sempre mais elevadas do que na Antártida. Assim, alguns invernos árticos não apresentam quase nenhuma perda de ozônio, enquanto que as temperaturas frias na estratosfera do Ártico podem, ocasionalmente, levar à perda de ozônio substancial. Este inverno no Ártico foi mais quente que a média ao nível do solo, mas foi mais frio na estratosfera do que para um inverno ártico normal.

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