Um extraordinário observatório subterrâneo de partículas subatômicas foi concluído dentro de um enorme cubo de gelo com um quilômetro de extensão em cada face, no subterrâneo no Polo Sul, informaram cientistas.
A construção do IceCube, o maior observatório de neutrino do mundo, levou uma década de trabalho na tundra antártica e ajudará os cientistas a estudar as partículas espaciais na busca da matéria negra, material invisível que integra a maior parte da massa do universo.
Segundo a Fundação Nacional de Ciências (NSF), dos Estados Unidos, o observatório, situado 1.400 metros sob a superfície, próximo à estação americana Amundsen-Scott, no Pólo Sul, custou mais de 270 milhões de dólares.
O cubo consiste de uma rede de 5.160 sensores ópticos, cada um do tamanho de uma bola de basquete, suspensos por cabos em 86 buracos no gelo, feitos com uma perfuratriz de água quente especialmente projetada.
A NSF informou que o último sensor foi instalado no cubo, que tem um quilômetro de cumprimento em cada direção, em 18 de dezembro. Quando estiver posicionado, ficará para sempre enterrado no permafrost, enquanto os buracos perfurados se encherão de gelo.
O interesse é estudar os neutrinos, partículas subatômicas que viajam a uma velocidade próxima à da luz, mas são tão pequenas que podem atravessar matéria sólida sem colidir com suas moléculas.
Os cientistas acreditam que os neutrinos tenham sido criados primeiro durante o Big Bang e ainda são gerados por reações nucleares em sóis e quando uma estrela morre, gerando uma supernova.
Trilhões deles passam por todo o planeta o tempo o todo, sem deixar vestígios, mas o IceCube busca detectar a luz azul emitida quando um neutrino ocasional colide com um átomo no gelo."O gelo polar antártico se revelou um meio ideal para detectar neutrinos", destacou a NSF em um comunicado no qual anunciou a conclusão do projeto."É excepcionalmente puro, transparente e livre de radioatividade", completou o comunicado.
Os cientistas afirmam que o IceCube é uma pedra fundamental para a pesquisa internacional e dizem que o estudo dos neutrinos os ajudará a entender as origens do Universo. "Deste ponto privilegiado nos confins do mundo, o IceCube fornece um meio inovador de se investigar as propriedades de partículas fundamentais que estão na origem de alguns dos fenômenos mais espetaculares do Universo", acrescentou a NSF.
A maior parte do financiamento do IceCube veio da NSF, com contribuições de Alemanha, Bélgica e Suécia.Cientistas de Canadá, Japão, Nova Zelândia, Suíça e Barbados também trabalharam no projeto, que é operado pela Universidade do Wisconsin em Madison.
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