No filme Minority report, a polícia manipula, por meio de toques em uma superfície transparente, imagens de futuros assassinatos. Com o equipamento, o ator Tom Cruise cruza as imagens para descobrir o criminoso antes que ele realmente cometa o homicídio. A tecnologia utilizada na ficção lançada em 2002 hoje é realidade. Importada, ela pôde ser vista, por exemplo, em uma emissora brasileira de televisão a partir da cobertura da Copa do Mundo de 2010. Agora, um grupo de recém-formados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está desenvolvendo um software que permite a manipulação de imagens — um aperfeiçoamento do sistema touchscreen, que detecta os toques por meio de telas sensíveis.
O sistema desenvolvido pelo grupo de engenheiros eletrônicos, porém, não exige o uso de telas especiais, podendo ser aplicado em mesas, pisos, paredes, vitrines ou quaisquer superfícies transparentes. Basta que uma câmera capte os movimentos gerados pelo usuário sobre a imagem projetada e o software interprete como um comando. “A novidade é que ele vai dispensar a projeção de imagens em uma superfície própria, como a tela fixa de um monitor, já que não utiliza sensores para captar os comandos”, explica o engenheiro eletrônico Simon Medeiros, um dos desenvolvedores do sistema.
O sistema está sendo aprimorado por três jovens engenheiros da Ice Interactive, uma empresa incubada no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ. Os sócios são Rafael Amaro da Fonseca e Silva, Simon Medeiros Soares e Allan Almeida Dieguez, graduados nos cursos de engenharia eletrônica e da computação pela universidade.
Chamado de multitoque, o sistema funciona da seguinte forma: o usuário interage com imagens projetadas em diferentes superfícies, através de toques ou gestos, que são captados por câmeras e interpretados por um software . Isso permite que o usuário manipule as imagens projetadas na própria superfície escolhida, como se seus dedos fossem o mouse. Elas, então, poderão ser projetadas com mais liberdade, sem as tradicionais barreiras de tamanho das telas. “É como se a superfície fosse a tela do computador. Ou mesmo como se estivesse mexendo em um iPhone gigante”, compara Simon.
Segundo o engenheiro, o único pré-requisito para poder projetar imagens sobre superfície transparentes será a instalação de uma câmera. “Será necessário ter uma câmera de vídeo conectada ao computador e virada para os movimentos que forem realizados no local escolhido”, assinala, lembrando que apenas serão captados os movimentos que forem previamente programados para ser reconhecidos.
Medeiros informa que a tecnologia já existe fora do Brasil. Um exemplo é o aplicativo Microsoft Surface. “É uma mesa horizontal, onde o usuário interage como se fosse um computador”, explica o engenheiro. A inovação do grupo brasileiro, porém, está no desenvolvimento de uma solução nacional e de baixo custo.
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