Um estudo publicado nesta quarta-feira na revista Nature usou noções simples de geometria para confirmar que o universo é plano, explicar porque ele está se expandindo e que a energia escura dele coincide com a chamada “constante cosmológica de Einstein” – uma constante que o gênio alemão chegou a chamar de o maior erro de sua vida. “As equações de Einstein preveem que há uma relação íntima entre a energia do universo e sua geometria. No nosso caso foi como resolver um exercício de geometria usando o céu como papel”, explicou Christian Marinoni, co-autor do artigo juntamente com Adeline Buzzi, ambos da Universidade de Provence, na França. A precisão do método geométrico surpreendeu até Marinoni. “Aplicando a técnica a uns poucos sistemas binários de galáxias conseguimos limitar a abundância e natureza da energia escura de forma precisa”.
Entender a natureza da energia escura não é apenas um exercício de físicos, ele explica da onde vem a força que faz o universo se expandir. “A gravidade desacelera a expansão do universo (…) A taxa de expansão dele, porém, está acelerando e isso requer um componente do universo que repulse a gravidade, um papel que se imagina seja feito pela energia escura”, afirmou Alan Heavens, do Instituto de de Astronomia da Universidade de Edinburgo, na Escócia, em artigo que acompanhou publicado na revista especializada Nature.
A técnica utilizada por Marinoni e Adeline consistiu em analisar pares de galáxias distantes que orbitam uma em torno da outra. “Somente se escolhermos o conteúdo e a geometria correta do universo, no cálculo da orientação do par elas parecerão igualmente distribuídas”, explica Heavens. E os cálculos não foram complicados -- foram usados os conceitos mais básicos de geometria, propostos por Euclides há 2000 anos. "Pudemos aplicar geometria euclidiana para resolver problemas de geometria no espaço tridimensional. isso também significa que que o espaço é infinito em sua extensão”, completa Marinoni.
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