sábado, 30 de outubro de 2010

Gene pode ser o responsável pelos "sonecas" da vida





Se você é uma daquelas pessoas que não tem sono, mas sim vivem com sono, os pesquisadores podem ter a explicação para tal comportamento.



Um gene pode ser a chave para entender porque algumas pessoas passam o dia bem mesmo após poucas horas de sono, enquanto outras lutam para manter os olhos abertos se não dormem bem.



O gene, conhecido como DQB1*0602, é encontrado na maioria das pessoas com narcolepsia, uma condição na qual os indivíduos são excessivamente sonolentos durante o dia. Cerca de 12 a 38% das pessoas com o gene não tem narcolepsia, e devem ter padrões de sono saudável.



Mas quando as pessoas com padrão de sono saudável que têm o gene são privadas de sono, elas se sentem mais sonolentas e cansadas do que aquelas sem o gene. A privação do sono também cria mudanças em seus padrões de sono, que, em certo sentido, faz com que elas se comportem mais como as pessoas que têm narcolepsia.



O estudo envolveu 92 adultos sem o gene DQB1*0602 e 37 pessoas que tinham o gene, mas também tinham padrões de sono saudáveis. Nas duas primeiras noites no laboratório, os participantes puderam dormir 10 horas. Durante as próximas cinco noites, o sono foi restrito a apenas quatro horas por noite.



Mesmo sem a privação do sono, aqueles com o gene DQB1*0602 mostraram algumas diferenças. Eles afirmaram estarem mais sonolentos e cansados mesmo quando estavam completamente descansados. Após a restrição do sono, a sonolência e fadiga ficaram ainda piores.



Também nas noites de sono limitado, aqueles com o gene tiveram um sono mais fragmentado. Por exemplo, na última noite de restrição do sono, as pessoas com o gene acordaram quatro vezes, em média, enquanto os sem o gene acordaram duas vezes.



As pessoas com o gene também entraram no estágio REM do sono mais rápido durante as noites de privação, uma resposta que é característica das pessoas com narcolepsia.


No entanto, uma outra conclusão do estudo foi que a privação do sono piora o desempenho em testes de atenção e memória em todas as pessoas, com ou sem o gene.



No futuro, os pesquisadores podem ser capazes de usar esse gene, e outros identificados, para prever como os indivíduos responderão a falta de descanso. Esta informação pode ser importante para aqueles que trabalham à noite, viajam frequentemente ou perdem o sono com facilidade.



Entretanto, os pesquisadores alertam que mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas. Eles esperam que um trabalho posterior revele mais genes envolvidos na resposta à perda de sono.

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