Uma pesquisa iniciada por Alcides do Nascimento Lins conquistou um prêmio. Alcides é o jovem de família humilde que conseguiu passar em biomedicina na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e que foi assassinado. A descoberta vai ajudar pacientes que sofrem de anemia.
Durante quase 10 meses, o laboratório do hemocentro de Pernambuco era o local de trabalho de Alcides do Nascimento Lins. Como estagiário de Iniciação Científica do Hemope, desenvolveu uma pesquisa para identificar um tipo de anemia hereditária nos doadores de sangue de Pernambuco. Doença sanguínea transmitida de pai para filho. O estudante universitário de 22 anos não pôde concluir a pesquisa. Foi assassinado na frente de casa, no bairro da Torre, em fevereiro deste ano. Alcides era filho de uma ex-catadora de lixo.
Mas o trabalho de Alcides não foi interrompido. O também estudante de biomedicina da UFPE Fernando Baltar deu continuidade à pesquisa, que conquistou o primeiro lugar em um prêmio promovido pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe). “É uma honra, a gente sabia que era um aluno dedicado, que vivia se envolvendo nos projetos”, disse Fernando.
Os biomédicos Betânia Lucena e Marcos André Bezerra trabalharam diretamente na orientação da pesquisa. Betânia cuidou da parte mais prática, e lembra bem do talento e da dedicação de Alcides. “Alcides, desde que chegou aqui, se destacou bastante. Pelo empenho, pela força de vontade, e por ser estudioso. A parte prática do trabalho, ele fez quase toda”, contou.
A pesquisa iniciada por Alcides, e levada adiante por Fernando, já trouxe contribuições práticas valiosas ao trabalho do dia a dia realizado pelo Hemope. “Fica mais fácil a gente ter uma confirmação do diagnóstico, já que o teste bioquímico pode ter um falso positivo. Vai ser muito útil em outros pacientes com anemia”. Afirmou Marcos.
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