"Átomos são como humanos: a única maneira de saber como se comportam é observando-os em ação."
A frase do Prêmio Nobel Ahmed Zewail, químico do Caltech (EUA), resume a motivação por trás de sua nova invenção: uma tomografia em 4D, que soma as três dimensões espaciais e o tempo.
Para descrever uma estrutura, basta uma foto ou uma maquete. Mas para saber como algo se comporta, é necessário um "filme". Foi o que os cientistas fizeram com nanotubos de carbono, mostrando como se movem e reagem. A "sociologia" dos átomos, nas palavras de Zewail.
Não imagine a tecnologia em hospitais, porém. "Humanos são muito maiores do que as coisas com que se consegue fazer tomografias em 4D", diz Kwon Oh-hoon, pós-doutorando de Zewail.
"Mas o objetivo é elucidar processos biológicos em proteínas, vírus e células. Então essa tecnologia pode contribuir com a saúde humana."
Zewail conta que já está trabalhando com tomografias 4D de células biológicas. "A técnica é bastante abrangente", diz. Os nanotubos devem ser só o começo.
A escala de tempo é de femtossegundos (um segundo divido por um quatrilhão). Um femtossegundo está para um segundo assim como um segundo está para 32 milhões de anos.
A técnica consiste em somar 4.000 projeções estáticas tiradas de uma série de ângulos e em diferentes momentos, criando um "filme".
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