Isaac Newton teve o insight para formular a a lei da gravidade, ao observar uma maçã cair da árvore, no ano de 1665, quando tinha apenas 22 anos. Quase 350 anos depois, um pedaço da famosa macieira vai flutuar na gravidade zero: ela será embarcada no ônibus espacial Atlantis sexta-feira rumo à Estação Espacial Internacional (ISS).
O pedaço da árvore, de dez centímetros de comprimento, exposto no museu da Royal Society, em Londres, foi entregue ao astronauta Piers Sellers, nascido no Reino Unido e naturalizado americano. O envio da relíquia científica ao espaço faz parte das comemorações dos 350 anos da Royal Society, entidade, aliás, que Isaac Newton presidiu. Ao final da missão de 12 dias do Atlantis, a lasca de macieira será trazida de volta à Terra.
"Eu estou absolutamente certo de que Newton adoraria ver isto. Vou deixá-la flutuar um bom tempo", afirma Sellers.
A história da queda da maçã era um mito até janeiro deste ano, quando um livro escrito por um contemporâneo de Newton foi exposto na internet pela Royal Society. Newton contou a história da queda da maçã a William Stukeley, que escreveu uma biografia dele.
Segundo o manuscrito, Newton ficou intrigado com a fato de a maçã cair em direção ao solo. E disse: "Por que aquela maçã cai sempre de forma perpendicular? Por que não cai para o lado ou para cima? Mas sempre em direção ao centro da Terra? Certamente, a razão é que a Terra a atrai. Deve haver então um poder de atração na matéria". Assim descreveu William Stukeley, na biografia de Isaac Newton, publicada em 1752.
E, por incrível que pareça, a árvore de onde a lasca foi retirada continua viva, em Woolsthorpe Manor, na Inglaterra. Segundo o site National Trust, que dá informações sobre lugares históricos da Grã-Bretanha, a macieira de Newton caiu em 1820, mas criou novas raízes onde o tronco atingiu o chão, dando origem a outro pé de maçã.
Martin Rees, presidente da Royal Society, considera o envio ao espaço da lasca da famosa árvore um momento emblemático na história da ciência. "Estamos orgulhosos de que um fragmento que simboliza uma história extraordinária da ciência faça esta jornada rumo ao espaço, enfrentando a gravidade zero", disse Rees.
O próprio lançamento do Atlantis representa um momento histórico. Será a última missão deste ônibus espacial. A Nasa vai aposentar estas naves e desenvolver novos modelos, dentro do programa de renovação da exploração espacial americana.
Não é a primeira vez que os ônibus espaciais transportam objetos sem nenhum propósito científico direto. Um boneco do personagem Buzz Lightyear, do desenho animado Toy Story, já decolou numa missão.
A última missão do Atlantis terá seis tripulantes. Os astronautas vão instalar na estação um compartimento integrado de carga e um módulo de pesquisas científicas russo. Também serão substituídas algumas baterias da ISS.
"Será uma missão emocionante. Doze dias, três caminhadas espaciais, toneladas de equipamentos. Levaremos peças que nos tranquilizam sobre a vida útil da ISS", disse John Shannon, diretor do programa de ônibus espaciais da Nasa.
Depois desta viagem do Atlantis, será a vez de os outros dois ônibus espaciais realizarem suas últimas jornadas: o Discovery decola em setembro, e o Endeavour, em novembro.
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