Um experimento que reproduziu em laboratório as características dos campos magnéticos da Terra e de outros planetas pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos processos de fusão nuclear, segundo um estudo publicado neste domingo pela revista "Nature Physics".
Os pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT) e da Universidade de Columbia, em Nova York, utilizaram um ímã de meia tonelada, mantido em "levitação" por meio de outro ímã, para conseguir controlar o gás ionizado --mais conhecido como plasma.
O plasma, quarto estado da matéria (os outros são sólido, líquido e gasoso), está em toda parte no universo: em estrelas, nos ventos solares, na ionsfera, em raios. É constituído por partículas carregadas eletricamente: íons e elétrons.
No "Levitated Dipole Experiment" (LDX, algo como "Experimento Dipolo Levitante"), realizado no MIT, o ímã supracondutor, resfriado a -269°C com hélio líquido, controlou os movimentos de um plasma aquecido, que estava em um compartimento adjacente.
A turbulência gerada "deu lugar a uma concentração mais densa de plasma - uma etapa crucial para fazer com que os átomos se fundam --ao invés de aumentar sua dispersão, como ocorre normalmente", explicou o MIT em um comunicado.
Observado durante a interação de plasmas com os campos magnéticos da Terra ou de Júpiter, este tipo de concentração sob efeito de um campo magnético "jamais havia sido recriado em laboratório", afirmou o MIT.
Este enfoque "pode dar origem a uma via alternativa para a fusão" nuclear, destacou Jay Kesner, do MIT, um dos coordenadores do projeto LDX junto com Michael Mauel, da Universidade de Columbia.
Fonte de resíduos radioativos, a fissão nuclear nas centrais utilizadas atualmente consiste em partir os núcleos dos átomos. Por outro lado, se passarem por um processo de fusão, é possível conseguir uma fonte de energia limpa.
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