A ideia de que os homens são melhores do que as mulheres em matemática tem sido apoiada durante décadas por testes concretos. Na grande maioria das avaliações entre estudantes, em qualquer país, os meninos se saem melhor do que as meninas na hora de fazer contas. Em competições internacionais, como olimpíadas de matemática, ou em universidades e premiações, a exemplo do Nobel, o padrão se repete.
Mas há pesquisadores que contestam a tese de que ser bom em exatas é uma qualidade inata do sexo masculino. Para eles, o ambiente e o incentivo são fatores mais importantes. É o que acredita o professor de economia Glenn Ellison, autor de um estudo recente sobre o assunto. Ellison, que é professor de economia do MIT, não é exatamente um observador desinteressado. Ele mergulhou no assunto depois que se tornou técnico da equipe de matemática da escola de sua filha em Boston, nos Estados Unidos, um time composto apenas por mulheres.
Em todas as competições, os concorrentes eram, na grande maioria, meninos. Intrigado, Ellison resolveu investigar o tema usando um objeto de estudo pouco explorado: as competições de matemática americanas. A ampla maioria dos estudos tem se concentrado em testar estudantes de todos os níveis e ambos os sexos para ver quem se dá melhor de maneira absoluta.
Ao se focar nas competições, o professor do MIT descobriu uma novidade. Enquanto os meninos americanos que participam dessas provas nacionais são oriundos de um gama bastante variada de escolas, as meninas são alunas de um número muito pequeno de instituições.
Analisando dados sobre 125 mil participantes de olimpíadas no país, Ellison e seu colaborador Ashley Swanson, perceberam que enquanto metade dos homens eram estudantes de mais de 200 escolas, a ampla maioria das meninas eram alunas de apenas 20. Para Ellison, essa concentração indica que algumas escolas simplesmente são boas em formar meninas boas em exatas. “É significante que as melhores meninas estão vindo de um grupo muito pequeno de escolas com currículo forte em matemática”, escreveu o professor.
A grande diferença de desempenho entre as mulheres de uma escola para outra seria uma indicação importante de que o problema não está nas estudantes, mas nas escolas. Outra indicação de que Ellison pode estar na trilha certa é que desde a década de 60, à medida que mais meninas se dedicam a estudar matemática, a diferença de desempenho entre homens e mulheres vem caindo de forma consistente. Apesar disso, o próprio pesquisador admite que ainda será preciso mais tempo e trabalho para se declarar a igualdade matemática entre os sexos.
fonte- epoca
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