Auditoria feita pelo TCU deu ao Bolsa Família uma aparência de queijo suíço.
Quem lê é assaltado pela sensação de que sumiu o queijo. Sobraram os buracos.
Vão abaixo exemplos mencionados em texto da repórter Marta Salomon:
1. Entre os beneficiários do maior programa social do governo há pelo menos 106 mil famílias donas de veículos avaliados em mais de R$ 4.000;
2. Entre os veículos, há 713 cujo valor passa da casa dos R$ 100 mil;
3. Bafejada com um repasse mensal de R$ 94, uma família de Sergipe é proprietária de sete caminhões. A frota é avaliada em R$ 756.467;
4. Outra família, de São Paulo, recebe a prebenda oficial a despeito de ter entre seus membros o feliz proprietário de uma moto importada, modelo 2007;
5. Estão pendurados no cadastro do Bolsa Família 20.601 políticos. São eleitos e suplentes das eleições de 2004 e 2006. Em fevereiro de 2008, tungaram R$ 1,6 milhão.
6. O TCU farejou o pagamento de benefícios a 1,1 milhão de famílias com indícios de renda acima do limite do programa. Beliscaram R$ 65 milhões em fevereiro de 2008;
7. O cadastro de onde o ministério do Desenvolvimento Social retira os nomes dos beneficiários do Bolsa Família está envenenado pela presença de 300 mil brasileiros mortos;
Verificou-se que, em fevereiro do ano passado, 3.791 benefícios foram às mãos de famílias cujo recebedor já havia descido à cova.
O carro-chefe da política social do governo chega à casa de mais de 11 milhões de famílias. Em 2009, vai distribuir R$ 11,4 bilhões.
Pelas contas do TCU, restaurando-se o queijo e tapando-se os buracos, o governo economizaria algo como R$ 318 milhões a cada ano.
O trabalho do tribunal conduz a duas reflexões:
a) os governos ou são ruins ou são muito piores;
b) a busca de civilização é um empreendimento fracassado no Brasil.
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