quarta-feira, 8 de abril de 2015

Brasileiros criam "nanotijolo" magnético de prata


Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) conseguiram um feito inédito no campo da nanotecnologia.
Eles criaram minúsculos "tijolos" de prata revestidos de magnetita, um óxido de ferro notável por suas propriedades magnéticas.
Todas as tentativas anteriores de unir prata e magnetita em escala nanométrica haviam produzido apenas dímeros, partículas formadas pela justaposição dos dois metais, unidos por uma superfície de contato, e estruturas chamadas pelos pesquisadores de flor, um miolo de prata cercado por pétalas de óxido de ferro.
 As nanopartículas têm um núcleo de prata de apenas 4 nanômetros - elas são menores do que um vírus. Esta configuração tem potencial para aplicações biomédicas, por exemplo, em terapias baseadas em hipertermia, onde campos magnéticos seriam usados para guiar as partículas até o local de um tumor, que seriam então aquecidas, de modo a destruir as células malignas.
Por sua vez, a prata tem propriedades ópticas que facilitam seu rastreamento dentro do organismo. Embora não seja biocompatível, o revestimento de óxido de ferro deverá permitir a exploração dessas possibilidades da prata na biomedicina.
O método de fabricação que deu origem aos nanotijolos de prata também é inovador, pois envolve uma só etapa, e não duas como o processo usual que produz os dímeros.
O grupo está articulando parcerias para investigar mais a fundo o potencial biomédico dessas nanopartículas, mas o foco principal no momento é o controle mais refinado do processo de fabricação e, também, a busca de soluções para questões de ciência fundamental que essas partículas trazem.
Embora a prata não seja um metal magnético, na configuração em que o metal é envolvido pela magnetita, ele acaba influenciando as propriedades magnéticas do conjunto.
"O contato da prata com esse material magnético pode alterar as propriedades magnéticas. Então, isso tem um interesse do ponto de vista fundamental, porque a presença dela influencia no magnetismo," explica o professor Kleber Pirota. "Existem algumas propriedades que aparecem nessa integração da prata com a magnetita que ainda não estão completamente esclarecidas, então a gente tem bastante caminho pela frente antes de entender bem esses materiais."
Fonte-inovacaotecnologica


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