terça-feira, 20 de maio de 2014

Novos neurônios fim das memórias antigas

Ter dificuldades para lembrar os primeiros anos da infância é normal, porém, o fato acaba de receber uma explicação científica. Uma dupla de pesquisadores do Hospital Para Crianças Doentes em Toronto (Canadá) descobriu que a produção de novos neurônios ao longo da vida substitui os antigos, e com esses vão embora também as memórias mais remotas.
O estudo elaborado por Sheena Josselyn e Paul Frankland foi publicado na revista Science, e pode ser um divisor de águas na neurociência. Até então, acreditava-se que novas células nervosas poderiam reforçar tudo aquilo que uma pessoas já havia aprendido e acumulado ao longo da vida. Entretanto, a descoberta do casal canadense demonstrou que novos neurônios substituem os antigos.
A única região cerebral onde ocorre a regeneração de células é a conhecida como “hipocampo” e, de acordo com a pesquisa, é justamente lá onde os registros de eventos e fatos do cotidiano são guardados. Portanto, como novos neurônios tomam o lugar dos antigos, as pessoas vão esquecendo cada vez mais do passado. A regeneração, porém, desacelera com o passar dos anos. Ou seja, na medida em que envelhecemos, somos mais capazes de reter memórias de longo prazo.
“Mais neurônios aumentam nossa capacidade de guardar novas lembranças no futuro. Mas, a memória é igual a um circuito de computador sobrecarregado: se você adiciona algum arquivo, necessariamente outro registro terá de sair”, informou Josselyn ao jornal britânico The Telegraph.
Para chegar a essa conclusão os cientistas observaram camundongos e outros mamíferos com sistemas nervosos parecido com os nossos. Casados há anos, Sheena e Paul decidiram estudar a memória humana quando perceberam que seu filho esquecia cada vez mais da infância à medida que crescia.

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