Um
projeto de lei para revogar a Lei de Proteção à Fauna, de 1967, e regulamentar
o abate de animais silvestres no Brasil está gerando críticas de
ambientalistas. De autoria do deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC), um dos
líderes da bancada ruralista no Congresso, a proposta cria uma política de
controle da fauna terá que ser aprovada na Comissão de Meio Ambiente da Câmara
e por mais duas comissões antes de ir a plenário.
Lutar contra o meio ambiente e anistiar quem
comete crimes ambientais sempre foi marca registrada do deputado e de muitos da
bancada ruralista. Não contente, agora quer autorizar o assassinato de animais.
É repugnante, afirma Márcio Astrini, coordenador de Políticas Públicas do
Greenpeace Brasil.
O
projeto revoga a Lei de Proteção à Fauna, de 1967, que proíbe o exercício da
caça profissional. Segundo a legislação vigente, a caça só pode ser permitida
se houver regulamentação específica do Executivo Federal.
O
deputado, no entanto, argumenta que não está liberando a caça a animais
silvestres e sim permitir o controle de animais perigosos e cita o javali
europeu, cuja caça foi permitida a partir de 2013.
As
regras nesse caso, por exemplo, não estão sendo suficientes para o controle, e
o javali está causando prejuízos para as lavouras, disse Colatto. A proposta não é liberar a caça. É fazer
manejo e controle. Quem vai fazer as regras é o Ibama.
No
texto do projeto de lei 6268/2016, há um capítulo que fala sobre a permissão
para eutanásia e abate de animais. “Quando o animal for considerado nocivo às
atividades agropecuárias e correlatas, mediante apresentação de laudo
comprobatório pelo órgão competente; quando constante entre as medidas
preconizadas pelo plano de manejo da espécie, aprovado pelo órgão ambiental
competente; quando caracterizada superpopulação, em condições in situ ou ex situ,
de acordo com critérios estabelecidos em regulamento e para os espécimes
provenientes de resgates em áreas de empreendimentos sujeitos a licenciamento
ambiental, de acordo com critérios estabelecidos em regulamento estabelecido
pelo órgão ambiental competente.”
Em
outro trecho, questionado pelo Greenpeace, o deputado diz que “no ambiente
rural, a proximidade com os animais silvestres e o eventual risco dessa
proximidade, com acidentes e ataques desses animais, tanto aos humanos como a
suas propriedades e rebanhos, faz com que a caça seja vista como uma prática
regular, nestes casos sem finalidade de entretenimento e de esporte, mas como
prática de relação com o ambiente, a qual, com o passar do tempo, pode se
organizar como uma atividade de cunho cultural, como uma prática social e mesmo
como atividade geradora de ganho social e econômica para as populações do meio
rural.”
Não
vamos poupar esforços para derrotar este projeto e impedir sua aprovação, disse
Márcio Astrini, do Greenpeace.
Fonte-oglobo
Nenhum comentário:
Postar um comentário