No
território livre da mentira, da fraude e da falsidade ideológica em que se
transformou o Brasil, mudar a versão ficou tão fácil quanto mudar de cor ou de
sexo. Talvez inspirados pelos exemplos que não saem das primeiras páginas dos
jornais, os brasileiros, de todos os escalões, também se acham no direito de
pregar uma pequena inverdade para tirar proveito, como é o caso daqueles que
foram beneficiados pelo “Minha casa, Minha Vida” mesmo já tendo outro imóvel
anteriormente. Os exemplos são muitos e não param por aí.
Executivos
de bancos, secretários da administração pública, dirigentes de clubes e
federações esportivas, promotores, policiais, atletas, enfim, todas as classes
estão, de alguma forma, descumprindo os mandamentos de “não roubar”, “não
levantar falso testemunho” ou “não cobiçar as coisas alheias”. No “Vale tudo
tupiniquim” tudo não passa de um pecadinho só.
Em
recente seleção para a carreira diplomática, por exemplo, a Procuradoria-Geral
da República no Distrito Federal (PGR-DF) recomendou que fosse aberta ação
civil pública para verificar porque candidatos brancos se autodeclararam
negros, aproveitando das benesses do sistema de cotas, com o objetivo de obter
uma vaga no Itamaraty com mais facilidade e com salário inicial de R$ 15.005,26.
Como diz o verso “Bunda de mulata, muque de peão” da canção “Eu sou neguinha”,
de Caetano Veloso, temos todas as cores e todos os sexos.
A
verificação da falsidade também passa pelos banheiros públicos e é discussão
para o Supremo Tribunal Federal. O procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, encaminhou parecer ao STF defendendo que transexuais tenham o direito de
usar banheiros públicos femininos. Caberá aos onze sisudos ministros do Supremo
julgar o recurso de uma transexual que pede indenização por ter sido impedida
de usar o banheiro feminino num shopping center em Florianópolis.
Disse
o procurador: “Impedir que alguém que se sente mulher e se identifica como tal
de usar o banheiro feminino é, sem dúvida, uma violência”. Mesmo que esse
alguém traga na intimidade um detalhe que faça grande diferença…
É sério isso?
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