De
um lado, parte da Polícia Civil, representada pelos sindicatos da categoria,
reivindicando melhores salários e condições de trabalho. Do outro, o governo do
Estado, acossado pela crise que sacode o País e sem poder responder aos pleitos
dos policiais. O resultado da queda de braço é o aumento da criminalidade e a
perda de capacidade de resolução de crimes, tendo como maior prejudicado o
motivo primeiro da existência do aparelho estatal: o cidadão.
Nos
últimos dois meses, o governo ficou longe da meta traçada contra os homicídios.
A projeção de julho era não ultrapassar 226 assassinatos, mas ficou em 297.
Para agosto, 220. Mas até o dia 25 já eram contabilizadas 260 mortes. Alguns
homicídios, como os de maior repercussão, têm resolução rápida. Outros, em meio
ao turbilhão que passa a categoria, se arrastam para ser esclarecidos.
Há
dois meses, parte dos agentes, escrivães e delegados de polícia decidiram, como
forma de protesto, não mais participar do Programa de Jornada Extra e Serviço
(PJES). Muitos também começaram uma operação padrão que termina atrasando os
procedimentos nas delegacias.
Com
isso, a Polícia Civil – que já tinha um déficit de 50% no efetivo – passou a
ter ainda menos poder de fogo na hora de elucidar crimes. A Força Tarefa do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela
primeira apuração dos assassinatos, perdeu duas equipes no último ano. “Durante
a semana, eram três equipes nas ruas, agora existe apenas uma, e com número
reduzido de integrantes”, conta, em reserva, um delegado. Apenas no mês de
julho deste ano, a identificação da autoria dos homicídios no Estado caiu em
58%, comparada com o mesmo mês de 2014.
Fonte-jc
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