Um
grupo de pesquisadores desenvolveu um novo composto antibiótico que destrói as
bactérias sem que estas desenvolvam resistência a ele, além de ser efetivo
frente aos patógenos que desenvolveram resistência a outros remédios, de acordo
com um artigo publicado nesta quarta-feira (7) na revista científica britânica
"Nature".
Os
cientistas, de diversas universidades alemãs e americanas, batizaram o novo
composto de "Teixobactin", um produto ao qual bactérias como os estafilococos
e as que causam tuberculose não geram resistência. Segundo os especialistas que
participaram da pesquisa, coordenada pelo professor da Universidade
Northeastern de Boston Kim Lewis, as propriedades deste composto abrem o
caminho para desenvolver novos antibióticos que evitem a resistência.
Lewis
afirmou em entrevista coletiva que a resistência desenvolvida aos antibióticos
"está provocando uma crise nos sistemas públicos de saúde". Ele
explicou que o composto foi testado em vários animais infectados e resultados
promissores foram obtidos.
"Esta
descoberta é uma excelente fonte para desenvolver antibióticos no futuro e uma
oportunidade para relançar a pesquisa neste campo", ressaltou Lewis.
Com
relação à possibilidade de os patógenos mostrem oposição ao antibiótico no
futuro, os cientistas reconhecem em seu artigo que é "difícil" de
prever, mas que, caso ocorra, poderia demorar várias décadas a aparecer.
A
motivação da pesquisa é a rápida resistência que os patógenos desenvolveram
para fazer frente aos fármacos. Esta resistência é mais veloz do que a
introdução de novos antibióticos no processo clínico, o que provocou uma
situação de crise nos sistemas de saúde públicos mundiais, garantem os
especialistas.
"Teixobactin"
mata as bactérias ao destruir as paredes de suas células, um método semelhante
ao que já utilizava a vancomicina, descoberto na década de 50 e contra o qual
as bactérias não foram capazes de desenvolver resistência durante 30 anos.
O
novo antibiótico tem efeitos positivos por conta de combinar vários alvos, por
isso os cientistas consideram que a resistência dos patógenos poderia demorar a
aparecer mais que no caso da vancomicina.
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