sábado, 2 de novembro de 2013

Twitter e televisão integrados

O diretor do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim, esteve na Casa do Saber Rio Globo esta semana, falando sobre as tendências da cultura digital e, particularmente, sobre o papel do Twitter neste contexto. O Brasil é o segundo país com mais usuários na rede social, atrás apenas dos EUA, e o Twitter chama atenção por ser não somente uma rede de interação, mas de informação, que pode se acoplar facilmente a outras mídias.
Para Ribenboim, o Twitter tem uma função diferenciada por ser uma rede onde vínculos são formados com base em interesses comuns, e não necessariamente na amizade, como ocorre no Facebook, que aproxima amigos e parentes.  O Twitter criou uma rede de informação, onde as pessoas podem se conectar a outras que estão discutindo assuntos de interesse comum.  Ribenboim lembra, que a “hashtag” (símbolo do jogo da velha)  é justamente algo criado pelos próprios usuários para facilitar esse encontro de pessoas através de tópicos.
Ribenboim acredita que o Twitter é uma plataforma que pode se integrar perfeitamente com a televisão, tanto para os espectadores quanto para as empresas fazerem investimentos em publicidade. A evolução da tecnologia voltada para a televisão já permite a gravação de programas para que sejam assistidos a qualquer momento. O último capítulo da novela pode ser gravado na TV fechada, ou ainda ser assistido no Youtube alguns dias depois. Isso faz com que a TV perca espectadores e que eles se concentrem apenas em transmissões ao vivo, que tem o seu caráter de novidade irrevogável.
Porém, o Twitter dá uma experiência de “ao vivo” à TV gravada. Recentemente, com a popularização de tablets e smartphones, as redes sociais têm sido usadas ao mesmo tempo em que se assiste a TV. Com comentários sendo feito ao vivo pelo Twitter, a experiência de ver TV conectada passa a ser diferente. As grandes cenas, revelações e surpresas de uma novela são tuitadas e retuitadas por pessoas que têm interesse no assunto e transformam o jeito de assistir TV em algo muito mais interativo.
Com essa interação, o Twitter pode analisar de forma diferente os usuários e vender para empresas interessadas em publicidade. “A maioria analisa a audiência através de reach, que é o “alcance”, mas o Twitter pode medir o engajamento das pessoas, o que pode ser muito válido para publicidade, por exemplo. Ribenboim diz que, nas últimas experiências do Super Bowl (final do campeonato de futebol americano), nos Estados Unidos, o Twitter teve um papel constante. O Super Bowl é conhecido por ter os melhores e mais caros comerciais do mundo entre os blocos dos jogos. No último Super Bowl, 50% das propagandas tinham uma hashtag no final, o que mostra como as empresas estão aprendendo a valorizar o Twitter para estimular um novo modo de ver TV. “Eu já tive a experiência de ver TV com o Twitter aberto, inclusive de mudar de canal porque vi tantos comentarem sobre o programa The Voice. É completamente diferente de ver TV desconectada”, comenta o diretor da empresa.

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