O diretor do Twitter no Brasil, Guilherme Ribenboim, esteve na
Casa do Saber Rio Globo esta semana, falando sobre as tendências da cultura
digital e, particularmente, sobre o papel do Twitter neste contexto. O Brasil é
o segundo país com mais usuários na rede social, atrás apenas dos EUA, e o
Twitter chama atenção por ser não somente uma rede de interação, mas de
informação, que pode se acoplar facilmente a outras mídias.
Para Ribenboim, o Twitter tem uma função diferenciada por ser
uma rede onde vínculos são formados com base em interesses comuns, e não
necessariamente na amizade, como ocorre no Facebook, que aproxima amigos e
parentes. O Twitter criou uma rede de informação, onde as pessoas podem
se conectar a outras que estão discutindo assuntos de interesse comum.
Ribenboim lembra, que a “hashtag” (símbolo do jogo da velha) é
justamente algo criado pelos próprios usuários para facilitar esse encontro de
pessoas através de tópicos.
Ribenboim
acredita que o Twitter é uma plataforma que pode se integrar perfeitamente com
a televisão, tanto para os espectadores quanto para as empresas fazerem
investimentos em publicidade. A evolução da tecnologia voltada para a televisão
já permite a gravação de programas para que sejam assistidos a qualquer
momento. O último capítulo da novela pode ser gravado na TV fechada, ou ainda
ser assistido no Youtube alguns dias depois. Isso faz com que a TV perca
espectadores e que eles se concentrem apenas em transmissões ao vivo, que tem o
seu caráter de novidade irrevogável.
Porém,
o Twitter dá uma experiência de “ao vivo” à TV gravada. Recentemente, com a
popularização de tablets e smartphones, as redes sociais têm sido usadas ao
mesmo tempo em que se assiste a TV. Com comentários sendo feito ao vivo pelo
Twitter, a experiência de ver TV conectada passa a ser diferente. As grandes
cenas, revelações e surpresas de uma novela são tuitadas e retuitadas por
pessoas que têm interesse no assunto e transformam o jeito de assistir TV em
algo muito mais interativo.
Com
essa interação, o Twitter pode analisar de forma diferente os usuários e vender
para empresas interessadas em publicidade. “A maioria analisa a audiência
através de reach, que é o “alcance”, mas o Twitter pode medir o engajamento das
pessoas, o que pode ser muito válido para publicidade, por exemplo. Ribenboim
diz que, nas últimas experiências do Super Bowl (final do campeonato de futebol
americano), nos Estados Unidos, o Twitter teve um papel constante. O Super Bowl
é conhecido por ter os melhores e mais caros comerciais do mundo entre os
blocos dos jogos. No último Super Bowl, 50% das propagandas tinham uma hashtag
no final, o que mostra como as empresas estão aprendendo a valorizar o Twitter
para estimular um novo modo de ver TV. “Eu já tive a experiência de ver TV com
o Twitter aberto, inclusive de mudar de canal porque vi tantos comentarem sobre
o programa The Voice. É completamente diferente de ver TV desconectada”,
comenta o diretor da empresa.
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