Embora a refrigeração de alimentos seja um componente
inquestionável da civilização moderna, a refrigeração de um ambiente causa
fungadelas. Em seu novo livro, “Losing Our Cool”, Stan Cox, um polêmico
cientista botânico, culpa tal prática pelo “desperdício de recursos, mudança
climática, destruição da camada de ozônio e desorientação da mente e corpo
humanos”. Em 1992, Gwyn Prins, professor da Universidade de Cambridge, afirmou
que a “dependência física” americana ao ar refrigerado é “a epidemia mais disseminada
e menos percebida”.
Os puritanos
às vezes esquecem que o ar condicionado foi inventado a fim de promover a
eficiência de máquinas, e não o conforto de pessoas. Na década de 20, os
aparelhos de ar condicionado haviam se espalhado para espaços públicos tais
como cinemas e lojas de departamento. O ritmo de trabalho costumava diminuir
durante os verões massacrantes. Com o ar refrigerado, tal ritmo disparou. A
mesma tecnologia que resfria o ar também o limpa: os ambientes livres de poeira
para as linhas de montagem de alta tecnologia requerem o uso do ar
condicionado.
Um estudo de datilógrafos do governo da década de 50 constatou que o ar
condicionado aumenta a produtividade em um quarto. O resfriamento artificial
também reduz a mortalidade.
Mas e a saúde
do planeta? Os EUA usam mais energia para o resfriamento de ar do que o total
da energia consumida pela África, afirma Cox. Verões mais quentes e casas
maiores contribuíram para que o consumo de energia usada para alimentar
aparelhos de ar condicionado dobrasse entre 1993 e 2005. O resfriamento de
prédios e veículos despeja quase meio bilhão de toneladas de dióxido de carbono
anualmente.
Isso parece
muito, no entanto o ar condicionado só foi responsável por 8% do consumo de
energia doméstica em 2005, de acordo com a mais recente pesquisa completa feita
pela Agência de Informação de Energia dos EUA.
Para a sorte
dos amantes do frio, os aparelhos de ar condicionado estão se tornando mais
eficientes.
Talvez a
resposta mais ambiciosa a esses problemas seja a de Amory Lovins do Instituto Rocky
Mountains, um centro de estudos que promove a eficiência energética. Ele
argumenta que uma combinação de projetos inteligentes e novas tecnologias podem
minimizar ou até eliminar a necessidade do ar condicionado.
Fonte - opinião
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