Estudantes criaram o projeto de um robô capaz de transportar medicamentos e comida para regiões de difícil acesso - ou até mesmo sem estradas que possibilitam a chegada de equipes humanitárias. Esses helicópteros fazem parte do sistema chamado Matternet, desenvolvido na Singularity University do Vale do Silício, e podem significar o futuro do transporte e da ajuda humanitária.
Estatísticas indicam que quase 1 bilhão de pessoas vivem em áreas rurais sem acesso através de rodovias ou outros caminhos terrestres seguros. Uma grande parcela da população mundial, portanto, tem dificuldades em receber medicamentos, comida e outros suprimentos essenciais nos locais onde vivem. Os robôs da Matternet seriam capazes de transportar tais produtos - e, dentro de alguns anos, até pessoas - em regiões pobres do planeta.
A ideia surgiu quando estudantes foram desafiados a encontrar soluções para a pobreza, entre outros problemas da humanidade, como educação, segurança e saúde. Através do uso de veículos aéreos autônomos (AAVs, na sigla em inglês), a equipe planeja usar esses robôs para desenvolver o transporte em algumas partes do mundo da mesma maneira que os celulares ajudaram países em desenvolvimento a atualizar suas linhas telefônicas.
O projeto Matternet está sendo desenvolvido em três estágios: no primeiro, os autores planejam possibilitar o carregamento de cargas com até 2 quilos a uma distância de, no máximo, 10 quilômetros. O protótipo criado pelo grupo já tem essa capacidade, porém ainda não foi colocado em prática. Em uma segunda fase, os helicópteros seriam capazes de levar até 200 quilos - e teriam maior autonomia de voo com a instalação de estações de recarga baseadas em energia solar. Na terceira fase, o objetivo é possibilitar o transporte de até 1 tonelada, e permitir que pessoas também sejam levadas para hospitais e centros humanitários.
O projeto deve ter uma demonstração piloto durante o Burning Man, festival anual de contracultura e "maluquices", tecnologia e arte que acontece neste ano de 27 de agosto a 3 de setembro no deserto Black Rock em Nevada, nos Estados Unidos. O protótipo criado é capaz de se movimentar em ambientes com altas temperaturas, baixa umidade e fortes ventos, ideal para áreas de difícil acesso, porém ainda esbarra na falta de apoio político e financeiro.
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