O sertão pode não virar mar, mas vai transformar o forte sol que castiga a Região Nordeste em energia elétrica. A Rio Alto Energia, que trabalha com fontes renováveis, vai construir uma usina solar no município de Coremas, no semiárido da Paraíba. A usina, que terá 50 megawatts (MW) de capacidade, suficientes para abastecer uma cidade com 850 mil habitantes, além de ser a maior do país, segundo a empresa, utilizará uma tecnologia inédita no Brasil. O sistema promete revolucionar o setor, ao reduzir drasticamente os custos, tornando a energia solar competitiva. A Usina Termosolar Coremas exigirá investimentos de R$ 350 milhões.
Um dos três sócios fundadores da Rio Alto, Sergio Reinas, disse que o projeto vai usar uma tecnologia chamada Concentrated Solar Power (CSP), ou seja, energia solar concentrada. Esta é bem diferente dos tradicionais painéis coletores fotovoltaicos, usados principalmente para aquecimento da água e geração de energia elétrica em fazendas, casas e clubes.
Reinas explicou que a tecnologia consiste em coletores parabólicos, semelhante às antenas parabólicas de televisão. Esses coletores captam a radiação solar, que é convertida em calor usado em uma usina termelétrica convencional para geração de energia. Esse sistema se assemelha ao de uma usina nuclear, onde o calor gerado pela fissão nuclear é transformado em energia nas instalações convencionais de uma usina térmica.
— Assim como está ocorrendo o boom da geração eólica, com a redução de custos, essa tecnologia tornará viável a geração de energia solar, que, pela tecnologia de painéis fotovoltaicos, é inviável economicamente — garantiu Reinas.
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