domingo, 15 de agosto de 2010

A simples presença da mulher traz benefícios para a saúde dos homens

Um artigo da edição de agosto da revista norte-americana “Demography” mostrou que homens que atingem a maturidade sexual em um ambiente com poucas mulheres disponíveis têm risco de morrer mais cedo. Liderada por Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, a equipe mostrou que a descoberta pode ter implicações importantes para a saúde pública em países como a Índia e a China, onde há mais homens do que mulheres.

A ideia de que a falta de mulheres afeta a longevidade masculina já é discutida há um tempo. Há muitas razões para que essa tese se concretize. É reconhecido que o casamento tem um efeito benéfico para a saúde e a sobrevivência. Como as mulheres são tradicionalmente as que cuidam, esses benefícios afetam mais os homens. Se há menos companheiras em potencial ao redor, os homens podem atrasar o casamento ou renunciar inteiramente a ele, perdendo a delicadeza matrimonial. Além disso, com mais homens e menos mulheres solteiras, a competição intensa por um parceiro tem maior probabilidade de ser estressante. Tais estresses do início da vida podem ter efeitos na saúde que podem durar por anos.

Para comprovar a tese, Christakis e sua equipe utilizaram-se de dois dados demográficos incomuns. O primeiro, conhecido como “Wisconsin Longitudinal Study”, consiste em um terço de todos que se graduaram no ensino médio no estado de Wisconsin, em 1957 – cerca de 10 mil pessoas. A relação homem-mulher para cada graduando é conhecida e oferece um indicador da relação sexual durante os anos de formação dos participantes do estudo.

O segundo dado demográfico consiste de 7½m de homens brancos que participaram do programa da “America’s Medicare”, em 1993. Os pesquisadores encontraram o ano e o estado em que o número de segurança social de cada participante foi emitido, o que aconteceu entre o 15° e o 25° aniversários. A relação entre os sexos de seus contemporâneos foi então calculado a partir de dados censitários a nível estadual.

Na amostra de Wisconsin, Christakis focou naqueles que tinham morrido antes do aniversário 65 anos. Para as mulheres, não havia nenhuma relação significante entre os sexos deles e a idade de sua morte. Para os homens, no entanto, uma relação significativa surgiu. Um aumento do percentual na relação homem-mulher da classe de um homem levou a um aumento da probabilidade dele morrer antes dos 65 anos.

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