domingo, 20 de junho de 2010

Sacrifício materno


Pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia observam que fêmeas da espécie de aracnídeos Paratemnoides nidificator permitem que os filhotes as devorem quando há escassez de alimento. Ato garante união e sobrevivência da colônia


Eles se assemelham a escorpiões, porém são tão pequenos que mal podem ser vistos a olho nu. Além disso, não possuem cauda e ferrão. Por isso, são conhecidos como pseudoescorpiões. Essa, no entanto, não é a única curiosidade a respeito dos animais da espécie Paratemnoides nidificator. Por meio de observações em laboratório, cientistas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) notaram que, em situações de falta de alimento, as fêmeas permitem que os filhotes as devorem. Segundo a pesquisa, tal comportamento acaba com a rivalidade entre os irmãos e ajuda na formação de uma sociedade estável.

“Percebemos que, na falta de alimentos, o comportamento dos animais se alterava. Foi aí que decidimos isolar a fêmea e sua ninhada, a fim de sabermos como eles agiriam. Para a nossa surpresa, a fêmea emitia um sinal para sua prole, permitindo, dessa forma, que os filhotes começassem a devorá-la”, conta.

A observação mostrou que, depois de se alimentar da mãe (matrifagia), os filhotes passaram a viver em conjunto, sendo que o processo de sociabilidade entre eles ficou mais forte. “Já aqueles que foram impedidos por nós de se alimentarem da mãe acabaram se desagregando, ou seja, cada um seguiu para um lado”, afirma Del Claro. “O ato no qual a mãe se doa como alimento para os filhos até a morte fortifica os laços entre os indivíduos”, completa.

Entretanto, nem todas as fêmeas de pseudoescorpiões se entregam dessa maneira. Algumas mais jovens chegam a se alimentar da prole na escassez de alimentos. “Talvez pelo fato de terem tempo de sobra para se reproduzir”, enfatiza Del Claro.

Um comentário:

Anônimo disse...

o asp é esse tipo de aracnídeos andre.
tam devorando agente.