terça-feira, 4 de abril de 2017

Fim do Ciência Sem Fronteiras

    O Ministério da Educação (MEC) decidiu encerrar o programa Ciência Sem Fronteira (CSF), que pagava bolsas de estudos em cursos de graduação em universidades no exterior. O programa será mantido somente para cursos de pós-graduação, como mestrado, doutorado, pós-doutorado e atração de jovens cientistas.
De acordo com uma avaliação do MEC, o custo para manter o CSF era elevado e os recursos destinados ao programa poderiam ser usados para outras finalidades. Em 2015, o ministério gastou R$ 3,7 bilhões para enviar 35 mil bolsistas para o exterior.
Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, essa quantia poderia ser revertida para pagar a merenda escolar de 39 milhões de alunos da educação básica no país.
Criado pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff em 2011, o CSF não seleciona bolsistas desde 2014, no seu último edital. No entanto, ainda há pelo menos 4 mil bolsistas remanescentes deste edital no exterior e visitantes no Brasil.
Para o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Abílio Baeta, os intercâmbios realizados nesse período foram enriquecedores para os alunos, mas nem tanto para o país. “A volta desses meninos não impactou a prática de ensino de nossas universidades e, com isso, não foi multiplicada para melhorar o ensino em geral da graduação no Brasil nas áreas que tinham sido selecionadas”, explicou.
De acordo com o Capes, 70% das bolsas do CSF foram para alunos de graduação. Este ano, serão 5,1 mil bolsas destinadas para alunos de cursos de pós-graduação e visitantes.
Outro projeto para a educação ameaçado é a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). A verba destinada ao programa encolheu consideravelmente e por consequência traz impactos a outro programa: o Programa de Iniciação Científica (PIC), que que premia os 6.500 medalhistas das olimpíadas com bolsas e aulas com professores universitários.
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) informou que até o momento o governo repassou apenas R$ 2 milhões dos R$ 6 milhões necessários para levar os programas adiante.

Fonte-opiniao

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