Um equipamento inspirado nos filmes de espionagem é a mais nova arma da polícia para combater os crimes cibernéticos no brasil. A engenhoca eletrônica permite rastrear pedófilos e fraudadores que usam a internet para chegar às vítimas. Os golpes aplicados pela rede de computadores são os que mais crescem no mundo e exigem da polícia cada vez mais investimentos em tecnologia para localizar os criminosos.
Em Minas Gerais, a polícia procura por um homem suspeito de simular um acidente de carro, nos Estados Unidos, para extorquir a namorada no Brasil. O relacionamento foi só virtual, mesmo assim a mulher depositou R$ 2.400 na conta dele. E foi ameaçada quando pediu o dinheiro de volta. Segundo o delegado de crimes cibernéticos, Pedro Paulo Marques, o suspeito disse que caso a namorada insistisse na cobrança do dinheiro, ele utilizaria seus dados para falsificar documentos dentre outros crimes.
Muitas vezes, o número de vítimas é bem maior. Uma quadrilha de Minas Gerais usava a internet para vender produtos que não eram entregues, um outro tipo de golpe comum na rede de computadores. Os criminosos foram presos, mas nem sempre isso acontece. Em sete anos, somente 1.100 pessoas foram presas no Brasil por crimes cibernéticos.
A internet pode ser comparada a uma cidade, cheia de ruas, onde os computadores seriam as casas. Na rede, cada endereço tem um número - chamado de IP, que identifica o computador mas não o usuário. Somente os provedores que dão acesso à internet sabem onde ficam esses endereços.
São eles que criam um IP para cada máquina. Sem essa informação não é possível saber o nome nem onde mora o internauta. Mesmo com esses dados, ainda falta descobrir se a pessoa cadastrada estava no computador quando o crime foi cometido.
Segundo a polícia, o IP é fundamental para seguir, por exemplo, o rastro de pedófilos. Mas quando se trata de fraude bancária, fica mais fácil chegar ao criminoso mesmo sem o IP porque na maioria dos casos existe uma conta na qual o dinheiro desviado é depositado.
Esta maleta é a mais nova arma da polícia federal para localizar os criminosos cibernéticos. Parecida com os modelos usados por agentes secretos dos filmes de espionagem, a maleta descobre tudo que foi feito no computador. “O pen drive relê, recupera e classifica tudo o que a pessoa clicou e mesmo o conteúdo dos sites acessados. Isso automatiza tudo e diminui muitas horas de trabalho da perícia”, afirma José Milagre, coordenador da Comissão de Crimes na Internet na Oab de Bauru, interior de São Paulo.
Em Brasília, o congresso discute uma lei para definir o que é um crime cibernético. A coordenadora da primeira promotoria do Brasil para combater esses crimes diz que a lei daria mais agilidade. “A internet é muito séria e muito rápida, então nós precisamos localizar rapidamente esse criminoso para fazer sua prisão”, diz a promotora Vanessa fusco.
O projeto prevê que os provedores guardem por três anos os dados de cada navegação. A medida é polêmica. “Isso é uma violação de direitos fundamentais, especificamente a privacidade e a garantia de que ninguém será considerado suspeito”, diz o advogado Renato Rená. Os consultores dizem que, para navegar com segurança na internet, é preciso que o internauta mude as configurações que o computador traz de fábrica, atualize sempre os programas anti vírus e evite usar redes sem fio em locais públicos.
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