sábado, 13 de fevereiro de 2016

Armazenamento de órgãos humanos já é uma realidade

Durante o inverno rigoroso na América do Norte as rãs dos bosques, Rana sylvatica, correm o risco de morrer congeladas. Mas a ureia acumulada nos tecidos e a glicose produzida pelo fígado diminuem a queda de temperatura e limitam a formação de gelo. Após o período de hibernação as rãs descongelam, sem efeitos prejudiciais aos seus organismos.
O que as rãs fazem por um instinto biológico de preservação, os pesquisadores estão tentando, com dificuldade, imitar. O objetivo da pesquisa não é congelar e reanimar pessoas, uma ideia entre fantasia e fraude, e sim preservar órgãos em condições hipotérmicas para transplante. Segundo a Organização Mundial de Saúde, menos de 10% da necessidade dos seres humanos de órgãos para transplante está sendo atendida.
Os estoques de bancos de órgãos diminuíram à medida que os carros ficaram mais seguros e os recursos dos centros de terapia intensiva e emergência dos hospitais aperfeiçoaram-se. Os órgãos têm de ser transplantados em um curto período de horas e, por esse motivo, muitas vezes os órgãos disponíveis para doação não são utilizados por falta de receptores. Em um ambiente refrigerado, mas não a temperaturas abaixo de zero, um rim preserva-se durante 12 horas. O coração tem uma duração ainda menor de preservação.
Se no processo de congelamento e descongelamento o órgão não sofresse danos, os problemas enfrentados pelas centrais de transplante seriam superados. Isso estimularia também a criação de centros de doação e de bancos de órgãos mais eficientes. Nenhum órgão deixaria de ser usado em um transplante. Além disso, os serviços informatizados de identificação de receptores ficariam mais ágeis.
Porém a água se expande ao congelar e em contato com um tecido vivo causa uma série de danos. Mas uma equipe multidisciplinar composta por cirurgiões, bioquímicos, engenheiros mecânicos e especialistas em ciência e tecnologia de alimentos está tentando solucionar esse problema. E, depois de anos de trabalho, muitos deles acreditam que em breve a criptologia será uma tecnologia valiosa.

   


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