Já
pensou construir uma memória magnética sem precisar de um campo magnético
externo para ler e gravar os dados?
Memórias
magnéticas são interessantes porque elas não perdem os dados quando o aparelho
é desligado - lembra-se do longamente esperado boot instantâneo? - e podem
alcançar uma miniaturização extrema porque cada bit pode ser gravado em
nanomagnetos e, em última instância, no spin de um único átomo.
O
problema é que gerar um campo magnético para ler e gravar esses dados exige
equipamentos grandes e com grande consumo de energia, incompatíveis com a
miniaturização pretendida - o objetivo é colocar tudo dentro de um chip.
O
que se descobriu agora é que pode ser possível eliminar a necessidade desse
campo magnético externo para ler e gravar memórias magnéticas.
Tântalo
Uma
equipe da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, descobriu que a
polarização dos nanomagnetos - polarização que deve ser alterada para indicar
um bit 0 ou 1 - pode ser feita por uma corrente elétrica apenas inclinando-se
levemente os nanomagnetos.
A
equipe do professor Sayeef Salahuddin já havia demonstrado que a aplicação de
uma corrente elétrica a uma película do elemento tântalo cria uma polarização
em materiais magnéticos sem a necessidade de qualquer campo magnético externo.
Contudo,
juntar nanomagnetos dentro de um chip em número suficiente para formar uma
memória exige que eles sejam alinhados perpendicularmente, mas a orientação
vertical inibia o efeito de magnetização gerada pelo tântalo.
"Nós
descobrimos [agora] que inclinando o ímã - apenas 2 graus é suficiente - você
tem todos os benefícios de um chaveamento magnético de alta densidade sem a
necessidade de um campo magnético externo," disse Salahuddin.
Spintrônica
e memcomputação
Este
é um avanço importante para o campo da spintrônica, que pretende usar os spins
de átomos e elétrons para computação e armazenamento de dados.
A
ideia é que as memórias magnéticas de estado sólido substituam não apenas os
discos rígidos e as memórias RAM, mas também sejam fabricadas dentro do próprio
processador, como ocorre no memcomputador, eliminando o intenso e demorado
tráfego dos dados entre o processador e a memória.
Fonte-it
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