O
dia 11 de agosto é o dia da criação dos cursos jurídicos e, no Brasil, é também
conhecido como o Dia do Advogado. A nossa profissão é uma das mais antigas que
se tem conhecimento. Além de prestarmos uma função social, cuidamos dos
direitos das pessoas, que nos confiam seus anseios e problemas.
Segundo
nossa lei maior, a Constituição Federal, o advogado é indispensável à
administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei. O artigo 133 do capítulo IV da CF
traduz a relevância dos trabalhos realizados pela ordem jurídica que é o
advogado.
Ser
advogado é se preocupar com o bem do próximo, lutar pelos direitos do cliente,
pacificando seus conflitos e preocupações.
Não
obstante, os profissionais do direito em Pernambuco não têm muito que comemorar
no seu dia. A precarização da classe é gritante. As prerrogativas dos advogados
são desrespeitadas diuturnamente e o amadorismo na defesa pela Ordem Estadual,
nos deixa órfãos de quaisquer agressões que sofremos na atuação profissional.
Os
advogados militantes passam horas em longas filas de espera no protocolo de
atendimento do Fórum mais movimentado do Estado, sofrendo, ainda, com a falta
de regulamentação do piso salarial para classe, com a baixa remuneração para o
jovem advogado para alta demanda de trabalho e com a falta de amparo com os
advogados do interior.
Em
algumas regiões de Pernambuco, sequer existem salas para os advogados
trabalharem, nem juízes nas varas, ou seja, as condições para exercer a
profissão estão extremamente precárias em grande número das Cidades.
Precisamos
de uma Ordem que olhe para o advogado que está no dia a dia dos fóruns, que
sofre cotidianamente com a violação da dignidade e a desvalorização das
prerrogativas dos advogados e juristas que atuam em Pernambuco.
O
dia de amanhã deverá será um dia de luta, de protesto e de indignação do
advogado pernambucano que deseja uma advocacia valorizada.
Buscamos
o fim de valores míseros para pagamento do nosso trabalho. Almejamos possuir
uma Ordem que defenda nossas prerrogativas de uma forma profissionalizada,
através de advogados contratados. Em tempos de processo judicial eletrônico,
sonhamos possuir salas de advogados com wi-fi e com equipamentos de informática
modernos. Queremos uma OAB que valorize a mulher advogada. Enfim, uma Ordem que
não materialize a sua atuação apenas em oferecer os benefícios de pão e circo,
como se fôssemos uma classe facilmente manipulável e sem consciência crítica
coletiva.
Apesar
desta conjuntura adversa, a esperança e os sonhos nos movem, pois,
parafraseando Chico Buarque de Holanda, amanhã há de ser outro dia e o veremos
renascer, esbanjando poesia.
Jefferson Calaça
Coordenador do movimento A Ordem É
Para Todos
Diretor da Associação Brasileira de
Advogados Trabalhistas
Vice-presidente da Comissão Nacional
de Direitos Sociais do Conselho Federal da OAB
Membro do Instituto dos Advogados
Brasileiros
Fonte-uol
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