A
chave para entender o envelhecimento pode estar na compreensão do fenômeno que
faz os relógios biológicos das pessoas funcionarem em ritmos diferentes. É o
que sugere uma nova pesquisa liderada pelo professor americano Daniel Belsky,
da Duke University.
Publicada
na segunda-feira, 6, na revista Proceedings of the National Academy of
Sciences, a pesquisa avaliou a saúde de 1.000 pessoas que nasceram entre 1972 e
1973, na cidade costeira de Dunedin, na Nova Zelândia. Os pesquisadores
calcularam a “idade biológica” de cada voluntário aos 38 anos com base em uma
vasta gama de biomarcadores. As medições incluíram aptidão cardiorrespiratória,
função pulmonar, dos rins e fígado, sistemas metabólicos e imunes, saúde
dental, condição das gengivas e função cognitiva, entre outros fatores.
Os
pesquisadores avaliaram os voluntários aos 26, 32 e 38 anos e descobriram que,
enquanto a maioria deles envelheciam a um ritmo normal – com alterações
fisiológicas condizentes com a passagem de um ano cronológico – alguns deles
envelheciam de maneira surpreendentemente mais lenta ou mais rápida.
De
fato, pesquisadores descobriram que a “idade biológica” dos voluntários aos 38
anos variava de 30 anos a quase 60 anos.
“Os
participantes do estudo que envelheceram mais rápido experimentaram dois a três
anos de mudanças fisiológicas em um único ano. Eles tinham, em geral, pior
equilíbrio e coordenação motora e eram fisicamente mais fracos”, diz o estudo.
Segundo
Belsky, estes voluntários relataram ter mais problemas com tarefas básicas,
como subir escadas ou carregar mantimentos. Além disso, aqueles que
envelheceram mais rápido também mostraram mais sinais de declínio cognitivo.
Suas pontuações de QI, que de acordo com estudos anteriores deveriam permanecer
relativamente estáveis na vida adulta, já eram inferiores aos 38 anos.
O
estudo é significativo porque avaliou jovens adultos, enquanto a maioria das
pesquisas de envelhecimento estuda pessoas de 50, 60, e 70 anos.
“Nossos
resultados indicam que processos de envelhecimento podem ser quantificados em
pessoas ainda jovens o suficiente para ser possível prevenir doenças
relacionadas com a idade, abrindo uma nova porta para terapias
antienvelhecimento”, escreveram os pesquisadores.
Belsky
disse que, no futuro, a idade biológica de uma pessoa poderia servir como uma
simples medida de saúde, para ajudar pacientes a entender melhor a bateria de
números que recebem de seus médicos atualmente.
“Um
único número seria muito mais fácil de processar”, disse.
Fonte-opiniao
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