A CPI da Petrobras aprovou nesta quinta-feira a
convocação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para falar aos
parlamentares sobre a existência de uma escuta clandestina na cela do doleiro
Alberto Youssef. A convocação teve a anuência do relator da comissão, Luiz
Sérgio (PT-RJ), e dos outros petistas presentes - não houve votos contrários. O
requerimento faz parte de um bloco de mais de setenta requerimentos aprovados
nesta quinta pela CPI.
Cardozo determinou a abertura de sindicância sobre uma escuta
ambiental instalada sem autorização da Justiça na cela de Youssef. Os alvos da
investigação são os delegados da Superintendência da Polícia Federal do Paraná
que atuam na Lava Jato. Uma tese corrente na PF é a que a sindicância tem o
objetivo de achar uma justificativa para derrubar as provas colhidas na
operação. A CPI também pediu acesso à apuração interna da PF sobre o episódio e
convocou dez delegados ligados ao caso.
Na lista de requerimentos aprovados também está uma acareação
entre João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, Renato Duque, ex-diretor da
Petrobras, e Augusto Mendonça Neto, executivo da Toyo Setal.
Mendonça Neto admitiu ter pago propina a Vaccari e Duque, que
negam participação no esquema. Outros nomes da lista de convocados são: Júlio
Camargo, também da Toyo Setal, Rafael Ângulo Lopez, que distribuía dinheiro a
políticos em nome de Alberto Youssef, e o empresário Marcelo Odebrecht, que
está preso.
O ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social,
foi poupado. Ele atuou como tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014 e,
de acordo com o empreiteiro Ricardo Pessoa, pressionou a UTC para obter doações
eleitorais.
Os requerimentos aprovados se juntam a outras centenas de
pedidos. Apenas uma pequena parte deles terá efeito já que restam menos de dois
meses para a CPI encerrar seus trabalhos.
Nesta quinta-feira, a CPI deveria realizar uma acareação entre
João Vaccari Neto e o delator Pedro Barusco, que foi gerente de Serviços da
Petrobras e admite ter participado da engrenagem criminosa. A defesa de
Barusco, entretanto, obteve no Supremo Tribunal Federal uma decisão que impediu
o depoimento. O argumento é que o ex-gerente, que tem câncer, não possui
condições de saúde para comparecer.
Fonte-veja
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