Tudo
bem que um terço do nosso PIB vem do campo, mas daí a chamar toda a economia de
"fazenda" é demais, não? O que em outros países recebeu o nome de
"Ministério da Economia" (nome usado durante o governo Collor) ou
simplesmente "Tesouro", como nos EUA, por aqui ficou sendo "da
Fazenda" mesmo.
O
termo talvez não soasse tão destoante num Brasil em começo de século XIX -
quando dom João VI fugiu para cá, reformulou a colônia e fundou o órgão.
"‘Fazenda’ era uma palavra do português arcaico, usada para designar
coisas como riqueza, renda, dinheiro", explica Rubens Ricupero,
coordenador da Faculdade de Economia da FAAP e também ex-ministro da Fazenda.
Passados
dois séculos, muita coisa mudou no ministério. A atividade central, no entanto
continua basicamente a mesma: pegar todo o dinheiro que o governo ganha e
decidir a melhor forma de gastá-lo.
Detalhe:
o nome "Fazenda" ficou só no Brasil mesmo. Em Portugal, a instituição
passou por uma reforma geral ainda em 1910 e foi rebatizada de
"Finanças".
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