terça-feira, 8 de outubro de 2013

Cientistas descobrem como minimizar os efeitos da mudança de fuso horário

Um estudo de cientistas japoneses promete acabar com o jet lag, aquelas enjoadas alterações físicas e psicológicas causadas pela mudança de fuso horário após longas viagens.
Uma equipe da Universidade de Kyoto descobriu uma espécie de gatilho capaz de religar o relógio biológico dentro do cérebro. Segundo os pesquisadores, o processo permite que as pessoas se adaptem a um novo fuso horário em apenas um dia.
No corpo humano há diversos “relógios” que regulam nossa função biológica, mas existe um “relógio mestre” que coloca o corpo humano em sintonia com o mundo ao seu redor, facilitando o sono à noite, por exemplo. Esse relógio usa a luz como referência para manter a noção de tempo, mas só se ajusta lentamente. Pessoas que já tiveram o sono interrompido por mudança de turno no trabalho ou viagens de longa distância conhecem bem os problemas causados por um relógio que não está em sintonia com a luz do dia.
Na pesquisa, os cientistas identificaram um grupo de 10 mil células cerebrais do tamanho de um grão de arroz. Esse grupo seria responsável por “regular” a relação das funções biológicas com a passagem do tempo. Ao interferir com os receptores do hormônio vasopressina (uma espécie de “ouvido” das células cerebrais que as permite a comunicação entre si) os cientistas foram capazes de alterar o grupo de células responsáveis pelo relógio biológico mais rapidamente. Na pesquisa, ratos que não tinham receptores de vasopressina conseguiram ajustar seus relógios biológicos depois de uma diferença de oito horas no período de um dia – enquanto ratos normais demoraram seis dias.
O estudo foi testado com sucesso em ratos modificados geneticamente. Depois, resultados semelhantes foram obtidos com camundongos normais. A pesquisa foi publicada na revista científica Science.
Apesar do sucesso da pesquisa, os cientistas recomendaram cautela. Os receptores de vasopressina também estão pesadamente envolvidos com a função renal. Por isso, qualquer medicamento precisa ser cuidadosamente desenvolvido para atingir o relógio biológico sem prejudicar os rins.


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