quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Armas nucleares: ter ou não ter ?


Há cinco anos, quatro titãs da política externa norte-americana, os ex-secretários de Estado George P. Shultz e Henry A. Kissinger, o ex-secretário de Defesa William J. Perry e o ex-senador Sam Nunn, clamaram por “um mundo livre de armas nucleares”, dando um novo impulso a uma ideia que saiu do idealismo pacifista para se tornar o centro dos debates de política externa.
Cerca de 76 milhões de norte-americanos cresceram durante a Guerra Fria (geração conhecida como Baby Boomers), quando o temor de armas nucleares permeava a vida norte-americana. Na década de 1980, a liderança de Ronald Reagan combinada a manifestações contra o uso de armas nucleares levaram a negociações com a União Soviética que reduziram drasticamente os arsenais nucleares das duas superpotências.
As coisas saíram diferente do esperado. Ainda existe um pequeno grupo de pessoas que acredita fervorosamente em armas nucleares. Tal apoio existe graças a alguns mitos. Um deles é a sensação de que o ataque nuclear sobre Hiroshima e Nagasaki foi decisivo para pôr fim à Segunda Guerra Mundial. Essa ideia faz o uso de armas nucleares parecerem decisivos em uma guerra. Existem também outros mitos, como o de achar que a posse de armas nucleares mantém os países aliados sob proteção durante um eventual ataque.
Exigir que alguns países não tenham armas nucleares enquanto outros mantêm seu arsenal devidamente escondido apenas “por precaução” também mostra que o desarmamento nuclear está longe de ser alcançado.
Por esses motivos, sempre que idealistas manifestam a vontade de abolir os arsenais de armas nucleares do mundo, os realistas meneiam a cabeça em um gesto negativo e dizem: “Você não pode colocar o gênio das armas nucleares de volta na garrafa”.

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