sábado, 4 de dezembro de 2010

Cientistas canadenses conseguem criar sangue a partir de pele humana


Cientistas especializados em pesquisas com células-tronco descobriram uma forma de transformar em sangue a pele humana, o que representa um avanço no tratamento do câncer e outras doenças, segundo um estudo canadense publicado.

A notícia é ótima para quem sofre com a Leucemia, já que a espera por um doador de medula óssea pode demorar anos. As chances de encontrar um compatível são de uma em cem mil.

s pesquisadores conseguiram converter fibroblastos humanos (células do tecido conjuntivo) diretamente em geradores de sangue, sem a necessidade de que as células passem por um estágio pluripotente (de diferenciação para um tecido). A novidade foi descrita em artigo publicado no último domingo no site da revista Nature.

Segundo os autores, a conquista poderá levar ao desenvolvimento de fontes de células para aplicações clínicas. A perspectiva de poder criar sangue para um paciente com sua própria pele permite pensar que, algum dia, aqueles que precisam de transfusão não dependerão mais de bancos de sangue.Também permitirá que os doentes suportem tratamentos mais longos de quimioterapia, sem as necessárias interrupções para que o corpo possa se regenerar. O grupo estima começar testes clínicos em 2012.

A capacidade de reprogramar células em estado pluripotente tem sido limitada pela falta de compreensão do processo por meio do qual essas células se especializam. O pesquisador Mickie Bhatia e colegas da Universidade McMaster usaram o fator de transcrição OCT4 junto com um tratamento específico com citocinas (proteínas ou peptídeos que podem ser produzidos por diversas células) para gerar, em laboratório, progenitores capazes de dar origem a uma ampla gama de células sanguíneas maduras.

As células foram derivadas diretamente de fibroblastos, sem que primeiramente ocorresse a pluripotência. Ou seja, foi possível obter sangue a partir da pele sem precisar do estágio intermediário – de produção de células pluripotentes a partir de células-tronco epiteliais. “Mostramos que o processo funciona com o uso da pele humana e agora queremos melhorá-lo. Pretendemos começar a trabalhar no desenvolvimento de outros tipos de células humanas a partir da pele”, disse Bhatia.

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